todo dia eu esqueço de alguma coisa. seja esquecer de levantar para mais um dia corrido, seja esquecer de pegar o que preciso. me esqueço até de lembrar que esqueci alguma coisa. sempre fica algo pelo caminho e acabo lembrando disso só mais à frente, e as pedras vão ficando pelo caminho.
não há solução para minha memória. se eu amarrar uma fitinha no dedo para lembrar de alguma coisa, é capaz de, em alguns minutos, eu estar me perguntando o porquê daquele incômodo. da mesma forma, sou capaz de esquecer de alguns que são muito importantes para mim. não por que eu queira. tô ficando velho por demais. estes futuros trinta e sete anos estão aflingindo a minha cabeça já atarefada.
mas nem pra tudo eu tenho uma memória de peixe. não sou como um elefante, que não esquece. estou mais para um cachorro adestrado, com suas pulgas [também] adestradas bem atrás da orelha. por vezes elas funcionam como aqueles personagens de historinhas infantis, representando o bem e o mal. elas insistem em ficar discutindo por alguns tempos. mas, quanto mais se coça, mais nervosas essas pragas ficam. e as culpadas por me lembrar de tudo [principalmente o que não quero] continuam à toda.
Há 16 anos
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