segunda-feira, 28 de abril de 2008

às vezes eu acho que se eu fosse um porco meu dono estaria feliz. os porcos têm meia hora de orgasmo. eu tenho orgasmos todos os dias e nenhum de meia hora. mas tem gente que não tem orgasmo nunca. mesmo não sendo um porco, levo a vida numa boa. a minha mãe é humanamente intolerável 83% do dia. mas ela não tem um orgasmo há meia década, então eu relevo e continuo amando-a. às vezes eu acho que ela não merece mas, por merecimento, eu também estaria fudido sob qualquer aspecto, então não toco no assunto.

tenho uma vizinha que vive aqui em casa. agora ela vai viver menos pq arrumou um emprego. mas já está chorando, dizendo que vai se mandada embora pq eu nunca a ensinei mexer no computador. esse mundo é mesmo muito contraditório. eu nunca a ensinei a trepar e ela já tem 7 filhos. esse mundo é muito injusto. se fossemos porcos, estávamos todos felizes. meu dono, minha vizinha e o pai de seus 7 filhos. bem, menos a minha mãe. mas mães não fazem sexo e nem precisam de orgasmos. pq acabamos por gostar delas de qualquer forma. mesmo quando elas estão na ausência da felicidade de uma vida suína.

eu tenho trinta e dois dentes. se eu sorrir, aparecem cinco. se eu sorrir bastante aparecem treze. se eu não fizer esforço pra ser simpático, não aparece nenhum. no geral, não aparece nenhum e as pessoas ficam dizendo que não estou feliz. se eu fosse um pouco mais influenciável, acreditaria. acreditaria que a felicidade está em ter meia hora de orgasmo. arrumar um emprego, ter 7 filhos ou viver mostrando os dentes. sou feliz do meu jeito. se não demonstro, na maioria das vezes é por questões práticas. minha felicidade não é do tamanho do meu sorriso nem medida pela quantidade aparente dos meus dentes tortos.

sábado, 19 de abril de 2008

untitled

o tempo está feio lá fora e sinto que hoje eu poderia escrever para sempre. não sei porquê, mas estou com uma ousadia absurda de dizer qualquer besteira. e, a verdade é apenas uma: sou contra a censura e isso me faz bem. não quero nada que soe bonito, nao quero nada que precise de revisão, nao quero nada que mostre apenas um foco de visão: quero escrever sem ter fim, quero dizer sem ter motivo, quero inventar por inventar e isso me basta. palavras são minha companhia e não tenho preconceito: frases feias ou bonitas, de qualquer raça, cor, crença, fonte e tamanho, quero todas aqui. porque o tempo lá fora está feio e, por aqui, apesar do frio, tudo está (mais ou menos) bonito. palavras me colorem e me escrevem. olho pela janela e entendo. apesar de dificíl, é simples o mundo. o céu parece mais claro e até o cinza me traz um tom diferente: é só um novo jeito de ver, me sentir ou pensar em você.